e
quando você dá um google no cara pra conhecer o som dele e encontra esse tipo
de matéria aqui?
culpa do álcool que bebeu? não, né!
podemos até falar demais quando estamos bêbados, ter umas ideias estapafúrdias ou
incabíveis em sociedade encorajados pelos efeitos dos aditivos lícitos ou
ilícitos que alteram nosso estado de consciência, mas dizer que falamos o que
não pensamos quando estamos 'alterados' é demais pros meus sentimentos, tá
sabendo? acredito até que é nesses momentos de "a bebida entra e a verdade
sai" que a gente mais se mostra como realmente é. tem gente que fica
agressiva e quer porque quer brigar a qualquer custo, tem os que ficam amorosos
e melosos e beijam e abraçam e se declaram, tem os que ficam 'autistas' e não
interagem, tem os preconceituosos que vociferam suas ideias esdrúxulas e tem os
machistas que se aproveitam do efeito da bebida pra dizer o que pensam sem
vergonha.
in my opinion, esse ortinho se enquadra nessas duas últimas
categorias, e não me venha com o argumento covarde de que "houve
supervalorização do fato por ser figura pública", porque é exatamente por
isso que quando se tem um microfone na mão deve-se pensar muito bem o que
dizer, como dizer e porquê dizer, sua fala pode influenciar muita gente e assim
repercutir de muitas formas. você, que é um babaca anônimo, pode até se dar ao
luxo de dizer impropérios até que alguém queira te responsabilizar por isso e
te presentear com as consequências cabíveis. mas você que é músico, ator,
poeta, escritor, ou de qualquer outra profissão que faça de você uma figura
pública tem a obrigação de pensar nas consequências do que diz num microfone. caso
contrário vai ter, sim, que assumir o que diz e ter uma postura diante disso,
seja pra reafirmar o que pensa, seja pra pedir desculpas, só não me venha dizer
que "se aproveitaram" de você, seu babaca.
quanto à eterna dúvida se separo a obra da persona de seu autor, esse texto
aqui levanta bem a questão. de
minha parte, por enquanto, ainda não consigo apreciar e/ou prestigiar gente
declaradamente desprezível. pode até ser que entre os tantos músicos de que
gosto e ouço e vou a show existam os miseráveis, mas enquanto eles estão
quietinhos sem atitudes ou frases ignóbeis vou ouvindo e passando adiante.
(sobre
a atitude abjeta, ortinho pediu desculpas, veja aqui. a ideia não
é julgá-lo e condená-lo pelo ato infeliz. é, sim, meramente pensar a respeito.)